Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

Polícia identifica 6 vítimas de religioso acusado de abusos sexuais

A Polícia Civil já identificou, até o momento, seis mulheres, com idades de 23 a 40 anos, vítimas do líder religioso acusado de abusar sexualmente de fiéis. A Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba informa que o número pode ser maior. O homem, de 40 anos, foi preso na segunda-feira (17), durante a Operação Hemera, deflagrada pela Deic. Na ocasião, três assistentes dele, com idades entre 35 e 40 anos, também foram presas. A participação delas nos crimes foi comprovada.

Segundo o delegado Rodrigo Ayres, da Deic, as seis primeiras vítimas já foram ouvidas. Ele também diz que, após a divulgação do caso, outras mulheres procuraram a polícia para denunciar o acusado. “Ainda estão sendo apuradas e analisadas as versões dessas outras mulheres que se dizem vítimas”, informa. Conforme Ayres, ainda não foi levantado o número total de vítimas. “A investigação tem que evoluir um pouco mais para podermos afirmar isso”.

O homem também já prestou depoimento. Porém, para não atrapalhar as investigações, o teor das declarações dele está sob sigilo. A polícia ainda não sabe exatamente há quanto tempo ele agia. Mas, segundo Ayres, relatos de denunciantes indicam que seria há mais de um ano.

Conforme o delegado, as vítimas eram sempre mulheres com algum tipo de problema. “Em geral, essas vítimas que o procuravam eram pessoas que estavam passando por problemas de saúde, algumas por problemas emocionais, e se encontravam bastante vulneráveis. Por isso, o procuravam na esperança de obter uma cura para esses problemas”, conta.

De acordo com Ayres, o líder espiritual se aproveitava da fragilidade delas para convencê-las a se submeter aos abusos. Além disso, justificava que as relações sexuais eram necessárias para curá-las. Assim, para persuadi-las, usava a religião como principal argumento. “Os primeiros depoimentos dessas vítimas trazem a informação de que ele se dizia incorporado por espíritos e, por isso, acabava realizando o ato sexual como um ritual religioso e espiritual”, fala o responsável pela apuração.

Os crimes ocorriam no templo e na casa de uma das mulheres presas. Todos os locais ficam no Jardim Zulmira, na zona oeste da cidade. Segundo Ayres, algumas vezes, o acusado cobrava pelos “atendimentos”. Ele também ameaçava as fiéis. “Ele ameaçava, mas era mais uma pressão emocional e psicológica. Devido ao contexto espiritual e religioso e à posição em que ele se encontrava, ele pedia a elas que não dissessem nada”.

 

Cúmplices

As três mulheres trabalhavam como assistentes do homem e eram cúmplices dos abusos. Uma delas cedia, inclusive, a sua residência para ele cometer os crimes. Além disso, continua o delegado, todas elas estavam presentes no momento dos atos sexuais. “Elas tinham uma certa função e sempre o acompanhavam nos rituais religiosos. Elas (também) auxiliavam, de alguma forma, na realização desses crimes sexuais”, afirma Ayres.

 

Investigações

Na Operação Hemera, além dos quatro mandados de prisão contra os envolvidos, a polícia cumpriu outros de busca e apreensão. Os alvos foram os imóveis e o templo religioso dos investigados. Nos locais, os policiais apreenderam manuscritos, celulares e notebooks. A Polícia Civil e a perícia vão analisar os objetos, para tentar encontrar provas dos crimes.

As investigações continuam. “Agora, estamos tentando ouvir as testemunhas e as últimas vítimas, e analisando esses documentos e dispositivos eletrônicos que foram apreendidos, para conseguirmos concluir o inquérito e encaminharmos para o Fórum”, detalha o delegado da Deic. As quatro pessoas foram presas temporariamente por 30 dias. A prisão pode ser prorrogada por 30 dias. As três mulheres foram encaminhadas para a penitenciária de Cesário Lange. Já o homem foi levado à cadeia de São Roque.

Deixe seu comentário: